sábado, 27 de setembro de 2008

Estresse

A sociedade é capitalista, o que faz com que precisemos e queiramos acumular cada vez mais capital para atender a nossas necessidades e a nosso consumismo. Para isso, utilizamos nossas ferramentas todas: na maioria dos casos, o trabalho; no meu caso, a transmissão do conhecimento, também um trabalho.

Desaparecendo o trabalho, desaparece o capital, o que gera necessidades e desejos não satisfeitos. Portanto, na ânsia de preservá-lo, tentamos destacar-nos e fazê-lo muitíssimo bem feito a fim de, simplesmente, mantê-lo. Fazê-lo muitíssimo bem inclui não cometer erros, dedicar-se por mais tempo do que o simplesmente necessário e destacar-se entre os demais que exercem a mesma função.

Para fazer nosso trabalho muitíssimo bem, acabamos perdendo o limite do tempo, da dedicação e, principalmente, perdemos nossa capacidade de desligar. Pensamos no trabalho em pleno sábado à noite, sonhamos com ele, ou não dormimos. Comemos mal, dormimos mal, relacionamo-nos mal. A saúde piora, aparecem problemas como pressão alta, insônia, dores. Ficamos, portanto, infelizes.

É isso o estresse. Para sermos felizes, tornamo-nos infelizes.

sábado, 20 de setembro de 2008

Concurseiros

Aderi ao estilo de vida brasiliense: estudar para concursos. Sim, os altos salários, a estabilidade, a tranqüilidade e a menor pressão finalmente me seduziram o suficiente para me dar força pra mudar de vida.

A primeira surpresa boa foi perceber que ainda sei estudar. Estava com saudades de aula, caderno, caneta colorida, consultas, rever matérias. E tenho aprendido muito e rápido.

Mas hoje outra coisa me chamou a atenção. Num dos mais badalados cursinhos de Brasília, lá estava eu, em pleno sábado à tarde, assistindo aula. Sim, sábado à tarde. E ia ter aula no sábado à noite também. E ao ouvir isso, as pessoas não faziam sequer cara feia. Pois é... Há uma enorme quantidade de pessoas tão ansiosas por mudanças positivas e por mais capital para satisfazerem suas necessidades e desejos consumistas que não se importam mais em gastar nisso todo o fim-de-semana.

É... Eu sou mais uma delas.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Lista dos melhores desenhos dos anos 80

Fiz um teste altamente nostálgico no meu dia de doença, então segue, primeiramente, o link: http://www.nostalgiando.com/jogo.html

Logo após o jogo, entrei no You Tube pra ver as aberturas de todos os meus desenhos preferidos de criança, ou seja, a partir de 1983. Ai, que delícia...

Depois de toda a pesquisa e lembrança, segue a minha lista dos 10 mais anos 80...

1) Honey Honey
2) Ducktales
3) Popples
4) Pole Position
5) Smurfs
6) Muppet Babies
7) Cavalo de fogo
8) Ursinhos Carinhosos
9) Nossa Turma
10) Jetsons

E pelo menos uma musiquinha... A minha preferida...

"No meu sonho eu já vivi
Um lindo conto infantil
Tudo era magia
Era um mundo fora do meu
E, ao chegar desse sonho, acordei
Foi quando correndo eu vi um cavalo de fogo ali
Que tocou meu coração
Quando me disse, então
Que um dia rainha eu seria
Se toda a maldade pudesse acabar
E o mundo dos sonhos pudesse chegar...

Numa distribuição World Vision... Cavalo de Fogo!"

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Benzetacil

Vocês sabiam que é assim que escreve? Vem de benzeno... Tão óbvio... kkkkk

Terceiro dia de dor de garganta. Antiinflamatórios, pastilhas, vitamina C, água e mais água, gargarejos, nada de melhora. Mais dor, mais dor. Fui à médica, benzetacil, porque não posso ficar muito tempo de atestado.

E eis a cena tragicômica. Eu, morrendo de medo, bumbum pra cima, pedindo à enfermeira que fosse delicada e gentil. Ela, doce e simpática como só bons enfermeiros podem ser.

Num dado momento, dia: "E aí, Elisa, continua dando aula?". Ai, tristeza... Uma pessoa que me conhece no ápice da glória, de repente me tem ali, na posição em que Napoleão perdeu a guerra.

Ser professor ALUB é...
... Encontrar alunos em todos os lugares.

domingo, 14 de setembro de 2008

"Vida louca, vida... Vida breve"

Hoje faleceu um dos meus tios. Não que ele fosse tão próximo, na verdade ele é o marido da minha tia. Mas toda vez que a morte aproxima-se e ceifa um dos que conhecemos, é inevitável uma sensação de melancolia e uma breve ou longa reflexão. A minha, decidi tentar traduzir em palavras.

Somos tão pequenos... Vamos levando nossa vida, dia a dia, como se fôssemos eternos. Alguns, mais preocupados, esforçam-se por cultivar hábitos saudáveis e cuidar do corpo e da alma para que possam ter aumentados seus dias de vida na Terra. Mas vem uma doença inesperada, um acidente, e fomos. Ninguém sabe ao certo pra onde, se é que há um onde. E nós, que éramos, de repente já não somos. Eis a morte. Nada podemos contra ela, apenas contra nós mesmos. Podemos não procurá-la, mas chega um momento em que ela nos encontra. Nos resta, então, tentar esquecê-la a fim de evitar o desespero, mas é sempre bom lembrar-se dela, para que possamos dar valor aos nossos queridos e aos nossos momentos.

Que a morte, que hoje visitou minha família, possa manter-se afastada de nós por um longo tempo agora. E que possamos ter serenidade para aceitá-la quando a tivermos novamente por perto.

Post sombrio, eu sei. Mas de que serve um blog se não pudermos usá-lo para retratar o que sentimos? Vida longa pra você.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

O escafandro e a borboleta

Pra todos os gostos, um filme interessantíssimo: O escafandro e a borboleta. Trata-se de cinema francês, o que na verdade o retira da categoria "pra todos os gostos". O cinema francês tem, pra mim, um charme especial: praticamente nada acontece, mas você sai como se conhecesse a personagem principal há anos.

Trata-se da história de um homem que entra em coma. Quando acorda, não consegue falar, um olho não funciona bem, não se mexe. O filme fala sobre sua recuperação, mas sob o ponto de vista do próprio cara, é ele quem nos conta a história. Longe de ser melodramático, é um filme que nos ganha pelo temperamento ácido e irônico de quem deveria estar em profundo sofrimento.

Confiram, bom demais.